A Terceira Idade

 

 

    A terceira idade é uma etapa da vida de um indivíduo. A época em que uma pessoa é considerada na fase da Terceira Idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que vive. A Organização Mundial de Saúde classifica cronologicamente como idosos as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento.

   As pessoas idosas têm habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais que condicionam a sua qualidade de vida, podendo levar à síndrome da fragilidade (conjunto de manifestações físicas e psicológicas de um idoso onde poderá desenvolver muitas doenças).

    Com base em dados recentes, somos o 7º país mais envelhecido do mundo e 40% dos portugueses com mais de 65 anos, passam oito ou mais horas por dia sozinhos.
    São segundo o Instituto Nacional de Estatística, 321 mil idosos completamente desprotegidos durante largas horas, havendo nestes uma percentagem superior de mulheres.
   Problemas económicos e a solidão, são identificados como os principais problemas que atigem actualmente os idosos, muitos não têm capacidade financeira para adquirirem alimentos e o custo dos produtos alimentares é uma das razões para não fazerem refeições mais saudáveis.

  Somos atualmente um país com muito trabalho a fazer pelos nossos idosos que segundo relatos frequentes são muitas vezes tratados como uma encomenda.
  É evidente a enorme falta de tratamento afectivo ou carinho e mesmo nos grandes hospitais, salvo raras excepções, não lidam com esta faixa etária da forma mais correcta, porque não há ou são muito poucos os clínicos especializados em geriatria
  Os cuidados ao domicílio apoiados pela segurança social ou por outras instituições de solidariedade, não conseguem uma resposta que permita uma velhice digna embora este facto resulte também de outros factores de âmbito muito complexo.
  Ao contrário do que sucede na Suécia país que se caracteriza pelo elevado nível de protecção social praticado nomeadamente aos idosos em Portugal, os elementos prestadores de serviços são frequentemente rodados de forma a não criarem qualquer tipo de afectividade com os idosos e doentes.
  É claro que nenhum país conseguirá algum dia atingir níveis de perfeição no entanto seria óptimo seguir alguns exemplos da Suécia onde o respeito e o cumprimento dos direitos humanos e especificamente os direitos dos idosos estão na linha da frente.

 

 

 

Representação geográfica da percentagem de idosos em Portugal

 


 

A representação geográfica desta variável mostra um país divido entre litoral e interior, sendo aqui que o peso dos idosos é maior. As áreas metropolitanas da Grande Lisboa e do Grande Porto (especialmente esta) mostram uma estrutura mais rejuvenescida.

Idanha-a-Nova, apesar do nome, é o concelho mais envelhecido do país, aquele onde os mais idosos têm maior peso (42.0% da população residente neste concelho tem mais de 64 anos). Penamacor e Alcoutim são os outros concelhos mais envelhecidos, onde estes indivíduos representam cerca de 40% dos seus residentes.

Estes são os números de partida. Mas, o que pensam os portugueses da situação em que vivem os mais idosos no nosso país? Foi isso que quisemos saber através da sondagem exclusiva realizada no Fonebus da Marktest.

 

 

 A primeira questão dizia respeito à avaliação geral que é feita da situação dos idosos no nosso país. A maioria dos inquiridos, 43.4% entende que ela é hoje pior do que há cinco anos atrás. Para 25.7%, a situação melhorou, enquanto 24.6% entende que se manteve e 6.3% não expressa opinião.

Os mais optimistas estão no Interior Norte (30.6% entende que a situação melhorou) e têm entre 55 e 64 anos (31.5% acha que a situação é agora melhor). Pelo contrário, os mais pessimistas são os residentes no Litoral Centro e os indivíduos da classe alta/média alta (52.6% e 52.5%, respectivamente, entendem que a situação piorou).

 

 

 

 

Que problemas atingem os idosos em Portugal?

 

Os problemas económicos e a solidão são identificados como os principais problemas que atingem actualmente os idosos portugueses. Para 35.8% dos inquiridos as questões económicas são as mais relevantes, enquanto 26.4% refere a solidão. A falta de equipamentos de apoio (como apoio domiciliário, lares, etc...) é indicada por 12.7% dos inquiridos, enquanto 14.4% identifica os aspectos relacionados com a saúde como os mais preocupantes.

 

 

Como resolver os problemas dos idosos em Portugal?

 

Na sugestão de medidas a implementar para resolver os problemas dos idosos em Portugal, o aumento das reformas foi o mais referido, por 39.6% dos entrevistados. Um quarto dos indivíduos (25.3%) indicou a necessidade de haver mais apoios às famílias para manterem idosos em suas casas e 24.4% referiu a criação de mais lares de 3ª idade. A criação de serviços de apoio domiciliário e a criação de centros de dia foram referidas por 19.4% e 17.4% dos inquiridos, respectivamente, havendo ainda 11.1% que indicou que os medicamentos deveriam ser grátis para os idosos.

 

 

Aspectos demográficos

 

Entre 1960 e 2001 o fenómeno do envelhecimento demográfico traduziu-se por um decréscimo de cerca de 36% na população jovem e um incremento de 140% da população idosa. A proporção da população idosa, que representava 8,0% do total da população em 1960, mais que duplicou, passando para 16,4% em 12 de Março de 2001, data do último Recenseamento da População. Em valores absolutos, a população idosa aumentou quase um milhão de indivíduos, passando de 708 570, em 1960, para 1 702 120, em 2001, dos quais 715 073 homens e 987 047 mulheres.


Figura I - Evolução da Proporção da população jovem e idosa, Portugal 1960 - 2001

 

 Formação familiar

  

Estimativas com base nos resultados provisórios dos Censos 2001 revelam que em 32,5% das famílias clássicas residia pelo menos um idoso e as famílias constituídas apenas por idosos representavam 17,5% do total das famílias11. Entre 1991 e 2001 a proporção de famílias clássicas com idosos (incluindo as famílias com idosos e outros e as de só de idosos) aumentou cerca de 23%, passando de 30,8% para 32,5%. Pode verificar-se, contudo, que enquanto as compostas por idosos e outros viram a sua importância relativa diminuir ligeiramente, as compostas apenas por idosos aumentaram cerca de 36% no período intercensitário. De referir ainda que do total de famílias só de idosos a grande maioria são constituídas por apenas um idoso (50,5%) e por dois idosos (48,1%).

 

Figura II - Evolução das famílias clássicas segundo a sua composição, Portugal 1991 e 2001

 

 Aspectos socio-económicos

 

 

Os resultados do Inquérito ao Emprego de 2001 revelam que a maioria da população idosa era inactiva (81%), representando cerca de 74% na população masculina e 86% na feminina.

 

 

Figura IV.1 - Estrutura da População idosa inactiva, segundo o sexo, Portugal 2001

 

Como é bem visível, os reformados constituem a parte mais importante desta população: 97,1% nos homens e 76,9% nas mulheres. É entre a categoria de domésticos que a diferença entre os sexos é mais visível (19,0% entre os efectivos do sexo feminino e 0,2% entre os do sexo masculino).

Em termos globais, as mulheres idosas trabalham menos horas que os homens com as mesmas idades. Segundo a mesma fonte, mais de 50% das mulheres trabalha menos de 25 horas semanais, enquanto os homens registam a maior proporção entre as 36-40 horas semanais, com valores muito próximos aos verificados entre as 16-25 horas.

Durante a década de 90, a duração média semanal do trabalho da população idosa activa reduziu-se cerca de 10 horas semanais.

Para concluir, resultados de estudos elaborados especificamente para a população idosa revelam que os agregados constituídos por idosos a viver sós registam as taxas mais elevadas de pobreza. Considerando estes agregados, verifica-se que quer no que respeita a condições de alojamento e posse de bens de equipamento e conforto, quer no que se refere a taxas de pobreza entre homens e mulheres a situação é mais desfavorável para os primeiros.